sexta-feira, 23 de março de 2012

Chico Anysio

O Chico Anysio era um blogueiro o mais engraçado eram suas historias, como uma vez ele economizava no bonde para comprar chocolate, que não encontrei no log do seu blog acho que talvez foi retirado para ser capitalizado mais tarde. Mas como homenagem segue o ultimo texto dele:


Não. Não tenho raiva nenhuma da Globo. Eu sou global, e sempre serei o mesmo ator global desde1969. Chico Anysio Show esteve 39 anos no ar, mudando de título, mas, no fundo, a mesma coisa: meus tipos e eu – uma fórmula que, graças a São Francisco de Assis, sempre deu certo. Sempre fui líder nos horários que me deram – com uma exceção: quando - por um desentendimento com o Carlos Manga, eu voltei para a TV Rio e o “Times Square” , lançado pela EV Excelsior me venceu. Mas esta vitória teve um pouco de mim,

porque o “Tines Square” nasceu de uma idéia que eu havia dado ao Manga (Love Street) – um programa de duplas, trios e quartetos, mais virado para o romantismo. O Manga fez as adaptações devidas e nasceu o “Times Square”, fazendo algo que me parecia estar sofrendo uma derrota para mim mesmo.

Mas, como uma espécie de compensação, ali na TV Rio, no meu “Praça Onze” – um “Times Square” doa pobres, eu fiz, coma expressiva ajuda do meu querido amigo João Roberto Kelly, um sucesso musical para sempre: Rancho da Praça Onze, música cantada e gravada pela Dalva de Oliveira e que passou a fazer dupla com “Bandeira Dois” uma marcha rancho do Max Nunes, cantada alternadamente como prefixo da Dalva. Foi esta canção que me fez ser acreditado como autor musical. Eu estava aprendendo que algumas vitórias

podem ser vitoriosas. Um ano depois o Edson Leite, presidente da Excelsior veio me procurar, pedindo para eu voltar. Eu disse que não, porque o Manga iria querer se “vingar” de mim. O Edson Leite me garantiu que não e marcou um almoço de nós três no Iate, Eu fui e o Manga quase me fratura as costelas no abraço que me deu e até chorou emocionado. Eu então voltei para a Excelsior e depois de 15 dias sem ninguém marcar um encontro comigo, sem nada acontecer, eu fui à sala do Manga que àquela altura já era Diretor Artístico e perguntei:

        - E o meu programa?

Ele falou que o programa iria sair e que eu o faria como quisesse, mas que não tinha lugar no horário noturno da grade e seria apresentado aos sábados às 17 horas e seria gravado em São Paulo, porque no Rio não tinha estúdio onde realizá-lo. Eu fui pra São Paulo, onde encontrei um único estudio onde eram realizados dois programas para exibição apenas em São Paulo: os programas do Moacyr Franco e da Bibi Ferreira. Eu estava lá sozinho. A TV Tupi, de São Paulo, independente da Tupi do Rio, me procurou e me ofereceu mais do que a Excelsior me pagaria, mas não aceitei a bela proposta e fui ai Edson Leite perguntar como eu faria o meu show.

        - Do que você precisa?

        - De tudo, mas o primeiro é o Daniel Filho, para dirigir.

        O Edson na mesma hora ligou para o Manga e disse que eu estava ali querendo um diretor

        - Quem ele quer? – perguntou o Manga.

        - O Daniel Filho, respondeu o Edson.

        A gargalhada que o Manga deu foi tão forte que o Edson afastou um pouco o telefone do seu ouvido e deu para eu escutasse.

        - Vai no primeiro avião.

        Pronto. Depois da minha segunda derrota, eu estava conseguindo a minha maior vitória: dar oportunidade ao Daniel de mostrar para o Brasil quem era o maior diretor deste pais;

        Estou – teóricamente – em meio da minha terceira derrota, mas acredito nos homens que mandam na Globo e qualquer dia receberei um telefonema de um deles

        - E então, Chico? Vamos voltar com a Escolinha"

Fonte: http://bloglog.globo.com/chicoanysio/

4 comentários:

Nathalia Passarinho disse...

Uma grande perda!

Luana disse...

=(

Anônimo disse...

Chico vai deixar muita saudade!

Thaís disse...

odeiiiiiiio chico! (com todo o respeito ao morto)