André foi preso pela primeira vez e caiu em um presídio, ele
não gostou da mudança já que tinha acostumado com a cadeia que ele ficou
aguardando julgamento dele por carregar cocaína e ele ainda acha que só foi
pego porque parou para contratar uma prostituta e deu o grande azar do cafetão
dela ser da policia rodoviária e quando soube que a puta cheirou com o cliente
a noite toda e o cliente dizendo que tinha que chegar rápido porque tava com
medo da policia pegar ele. Foi logo correndo atrás para exigir dele uma parte.
André nunca foi um grande negociador, acabou preso. Pensando bem ele sempre foi
um péssimo negociador, não cede nunca e sempre se achou bem melhor que ele é.
No presídio ele não viu diferença, era sempre a mesma coisa,
gente feia e tatuada, mas o que ele gostava menos era o cheiro. Tanto na cadeia
quanto no presídio tudo tinha um cheiro de azedo. Ele sentia esse cheiro até no
pátio, ele não sabia de onde vinha somente que azedo era.
No presídio não tinha colher para comer a comida de cheiro
de azedo, não tinha chuveiro quente, as camas que tinha na cela dele não eram
para ele. Como ele foi o ultimo a chegar ele ficava no canto perto da privada
que ainda tava quebrada da última rebelião.
Ele não tinha mais nome, lá ele foi apelidado de motorista e
toda a vez que ele escutava isso ele lembrava o motivo dele estar lá e sempre
pensava: Puta de merda!
Nunca teve arrependimento do que fez. Para ele era somente
uma carga para alegrar as festas dos playboys.
E também nunca recebia visitas de familiares, a namorada que ele
tinha acabou com ele ao saber da puta para ela, ser namorada de traficante era
melhor que ser a namorada corna do traficante. As visitas eram somente de uns
pastores que queriam converter ele.
Para passar o tempo ele não fazia nada, só remoia o odeio
por tudo e todos. Lá ele viu que trabalhar era uma dádiva e esta dádiva não era
para ele que estava cada vez mais parecido com um cachorro raivoso no canto da
cela.
Um dia para ter o que fazer ele arrumou uma briga que era
com o cara certo. Certo que ele ia arrumar um inimigo para o resto da vida. Ele
apanhou, apanhou do cara que ele mexeu, apanhou dos amigos do cara que ele mexeu,
apanhou dos policiais que recebiam do cara que ele mexeu.
Na verdade ele queria morrer, não via aquilo como vida. E de
tanto querer ele morreu oriundo de uma pneumonia que ninguém fez questão de
tratar e a última coisa que fez foi pensar que o motivo de estar lá era daquela
puta de merda.
E em seu enterro estava a sua puta de merda que nutria uma paixão
por ele desde sua prisão e tentava mandar carta para ele, mas ele não recebia porque
tinha um senhor perto de aposentar que ficava jogando paciência ao invés de
separar as correspondências do pavilhão seis.
Vida de merda...
11 comentários:
Existem milhares iguais a ele por esses presídios a fora. O texto é um retrato da vida real. Eta vida de merda.
Abraço
Caralho! (desculpa o palavreado).
Vidinha de merda ein!
Tantas e tantas vidas que parecem sem sentido, tanto para quem olha de fora, quanto para quem está vivendo. Você se espantaria com as coisas que passam pela minha mente... rsrs.
Beijocas
e a puta se apaixonou???
sei...
Mas as cadeias não assim. Você não tem vida, nem dignidade, nem banho quente, nem globo rural todo domingo de manhã!
Eu também ia querer morrer! E ainda seria melhor dos que saem cheios de ódio querendo retribuir todo o mal que sofreu às pessoas!
No mais, ser mulher de bandido não é uma desonra pra muita gente! Mas poucos suportam a dor e a vergonha da cortinude. Vá entender...
São*
Escandalosamente coerente com alguns dos nossos pensamentos de merda que temos no dia a dia.
Tento sempre peneirar, mas às vezes, sou vitima do cérebro aniquilador!
Beijos
Putz! Tão real isso tudo, parecia estar ali, vendo o sujeito amuado num canto, desejando uma dose de arsênico.
Bem triste. Bem bom.
Abraços!
E a gente reclamando da nossa vida de merda auhauauaa
Kisu!
Poxaaaaaaaaaa!
Que texto sucessão!
Tou muito orgulhosa de você!
(A mamãe falado do filhinho? Hahaha)
Brincadeira, gostei muito muito de um bocado, viu?
:*
Que vidinha de merda!
Postar um comentário